Oficina de Escrita Afetiva
O Desacelera SP realizou, no dia 25 de maio, sexta-feira, a OFICINA DE ESCRITA AFETIVA como parte integrante da programação da terceira edição do FESTIVAL DO FAZER.
O Festival do Fazer é um momento de celebrar e coroar a cultura do fazer manual. Ao longo de 4 dias, serão oferecidos uma diversidade de fazeres manuais em formato de oficinas, para que cada um possa vivenciar o processo do fazer e se perceber no ato de dar forma e ser autor de sua criação, junto com outros fazedores. Um convite para experimentar, criar, e se descobrir como fazedor neste universo do fazer manual.
Na oficina, fizemos um convite à escrita afetiva a partir de uma reflexão sobre a relação dos(as) participantes com o fazer manual.
Você sabe o que é escrita afetiva?
A escrita afetiva é um jeito de se colocar no mundo para narrar algo, alguém, alguma situação, algum ambiente, alguma organização, algum organismo. É um jeito de escrever entrando em contato com o que você narra e com você enquanto narra. Nesse sentido, não se trata de um método ou uma fórmula ou um “passo a passo” a ser seguido para chegar em um texto afetivo, afetado, afetável e afetador. Não pode ser replicado a partir de uma matriz absoluta.
A escrita afetiva é um jeito de olhar-fazer-contar-refletir. Um método vivo, aberto, plural. Que por isso, pode ser mais apropriado dizer que é um desmétodo.
É um exercício do sentido, do calor, do pulso, da vida que existe no objeto a ser (d)escrito, no ato de escrever e no produto da escrita. É pensar o que no afeta e conseguir transpor estes afetos para o processo de escrever um texto, seja ele de formato for.
Não é sobre escrever com afeto ou sobre fazer um texto com floreios poéticos. Pode ser também, se isso te afetar, se fizer sentido.
A escrita afetiva é um convite a viver e nomear o vivido; a sentir e nomear o sentido; a afetar(-se) e nomear o afetado e afetivo. A luz deste (des)método é justamente a consciência da importância de mobilizar afetos, sentidos e humanidades para se relacionar com o objeto da escrita.
Entendemos a escrita afetiva como um processo que é marcado essencialmente por duas características: é um processo humano (que está conectado com as pessoas envolvidas nos diversos processos, espaços e lugares vinculados à narrativa) e sensorial (que busca conectar-se aos sentidos presentes nas diversas fases do processo de construção da narrativa).
Na semana passada, dia 2 de março, o Desacelera SP participou da Oficina “A escrita como prática de compreensão”, realizada na Noetá. Lá, Michelle Prazeres conduziu uma reflexão orientada para os participantes, após um depoimento sobre como o projeto chegou na concepção da escrita afetiva como processo de narração de histórias significativas e conscientes.