ALUNOS SE REÚNEM PARA LABORATÓRIO QUE DISCUTE FORMAS DE ESCREVER E SUAS RELAÇÕES COM AS PESSOAS
A Revista Esquinas (órgão laboratorial do curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero) fez uma cobertura lindinha da oficina de narrativas afetivas que facilitei na Semana de Comunicação da Cásper.
Texto na íntegra abaixo. E original aqui.
Ministrada pela professora Michelle Prazeres, a Oficina de Narrativas Afetivas conduziu os estudantes da Faculdade Cásper Líbero a uma redescoberta do potencial do uso da escrita. A oficina foi dividida em duas partes, uma mais conceitual e outra voltada para a vivência. Por meio de exercícios de abstração, a professora proveu um melhor contato com as narrativas afetivas.
Foi realizado um exercício de constelação sobre as características da narrativa afetiva. Prazeres levou pedaços de cartolina ilustrativos com alguns elementos que compõem uma escrita narrativa. Os alunos foram convidados a passear pelo espaço físico e ocupá-lo onde se sentissem mais confortáveis. Cada aluno se posicionou próximo ao tema que se identificava. Alguns dos presentes explicaram o porquê de suas escolhas junto às observações da professora.
Prazeres comenta que pensou na oficina por meio do potencial transformador das narrativas afetivas, já que transformação social é o tema da Semana de Comunicação. Dentro desses potenciais de uma narrativa afetiva estão a produção coletiva e colaborativa, o envolvimento, a sensorialidade, as histórias humanas, o ritmo lento e a atenção plena. Elementos fundamentais para a construção desse estilo de escrita.
“A gente brinca que a narrativa afetiva é um ‘desmétodo’”, riu Prazeres, sorrindo para os presentes. As pessoas são colocadas em regras e padrões de escrita que, muitas vezes, as conduzem a um texto de certa forma impessoal ou meramente informativo. O propósito, então, da narrativa afetiva é adentrar o lado humano e pessoal de cada um, causando uma identificação com o texto, não somente para quem o escreve, como também para quem o lê.
“A escrita afetiva é um jeito de se colocar no mundo para narrar algo, alguém, alguma situação ou algum ambiente. É uma forma de olhar as coisas”, aponta a professora. Os alunos confortavelmente foram conduzidos a escrever em um papel o que viesse à mente, depositando seus pensamentos, sentimentos e sensações. Após a atividade, em pequenos grupos, alguns compartilharam suas histórias e ideias, enquanto Prazeres construía no quadro uma rede de percepções compartilhadas sobre as narrativas afetivas.