Agonia do Eros e o tempo da atualidade total
Lendo “Agonia do Eros”, de Byung-Chul Han. O autor reflete sobre o sujeito do desempenho, depressivo e mergulhado e afogado em si mesmo, incapaz da experiência do outro em sua alteridade. Afirma que o sujeito do amor não está centrado no desempenho de si mesmo e tem o dom do outro. Eros é uma relação assimétrica com o outro. E hoje, buscamos não o outro, mas a narcísica confirmação de nós mesmos.
Num trecho sobre o tempo, pondera que a memória não é um mecanismo técnico de armazenamento de dados, mas sim um processo vivo. Na memória, o passado se modifica constantemente. E no processo técnico, o passado é privado de vivacidade. É desprovido de tempo.
“Vemos a vigência de uma atualidade total. Ela afasta precisamente o instante. O tempo desprovido de instante é meramente aditivo; não é mais situativo. (…) O FUTURO É O TEMPO DO OUTRO. A totalização do presente, enquanto tempo do igual, elimina aquela ausência que retira o outro da disponibilidade”.